Oficina motiva parcerias para internacionalização de alunos e servidores…
Criar propostas que têm impacto em mais de uma área da instituição é a essência do termo Projetos Multimpactantes. O conceito foi explicado pelo representante do Instituto Superior de Engenharia (ISEP) do Instituto Politécnico do Porto (IPP), Carlos Fernando da Silva Ramos, que apresentou uma oficina no último dia da 43ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec).
Brasileiro, Carlos Fernando da Silva Ramos mora em Portugal hámais de 40 anos. Atualmente, é professor do Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto (ISEP/IPP) e esteve envolvido na coordenação de 28 projetos científicos e em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação envolvendo Institutos Federais brasileiros.
“Se, por exemplo, o objetivo for fomentar a mobilidade de estudantes,podemos lançar um projeto correlacionando às áreas de pesquisa e desenvolvimento, internacionalização, bem como ensino e aprendizagem. Já temos muitos casos na Europa em que esse modelo obteve bons resultados. É uma maneira também de constituir laços fortes entre as instituições e os países”, explicou o docente.
Durante a oficina, tratou especialmente de cinco projetos: Propicie, Elecon, GMOSensor, LaPassion, Erasmus+ e Horizonte 2020. “Estamos incentivando a internacionalização e mobilidade dos estudantes e servidores por meio de projetos multi-impactantes, ou seja, de projetos que envolvam diversas áreas, como a pesquisa, a inovação e inúmeros componentes pedagógicos”, resume Ramos.
Ele detalhou duas iniciativas europeias que podem ser instrumentos de internacionalização da Rede Federal: Horizonte 2020 e Erasmus+. O primeiro é o principal programa da União Europeia (EU) voltado para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e tem 35% do seu orçamento destinado a estudos sobre mudança climática. O segundo apoia a educação, a formação, a juventude e o desporto e terá os recursos duplicados nos próximos anos. “Em 30 anos o Erasmus+ impactou nove milhões de pessoas no mundo”, disse.
Carlos falou ainda sobre o Projeto Lapassion – que tem o propósito de transferir para a América Latina a boa prática desenvolvida na Europa. As atividades do projeto foram iniciadas em abril de 2018 com a participação de estudantes dos institutos federais.
Além de unir e impactar mais de uma área, os projetos pretendem incrementar a mobilidade internacional, conectar a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação, o empreendedorismo e a empregabilidade, e ainda incentivar parcerias fora da Europa. “É importante ressaltar que geralmente um projeto dá vida a outro e assim por diante. Por isso é importante essa internacionalização e divulgação”, afirma.
Propicie
A Assessora de Assuntos Estratégicos e Internacionais do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Raquel Cardenuto, apresentou o Programa de Cooperação Internacional para estudantes do IFSC – o Propicie.
Ela explicou que a ação teve início com uma parceria entre a instituição catarinense e o IPP e já atendeu mais de 130 participantes. “É uma iniciativa em que a mobilidade é voltada para a participação dos discentes em pesquisas, é mais flexível. É uma experiência que traz muito retorno para nosso instituto e consolida nossa relação ao redor do mundo”, pontuou.
Dupla titulação
A segunda parte da oficina foi apresentada pelo diretor da Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) do IFSC, Rubipiara Cavalcante Fernandes. O professor falou do Programa de Dupla Titulação adotado pela instituição mediante acordo com o ISEP.
A dupla titulação se refere ao ato de obter dois diplomas no período de um único curso, um pela universidade brasileira e outro pela instituição conveniada no exterior.
De forma geral, a rede federal de ensino brasileira, atualmente, tem participado e/ou pode participar de alguns projetos ligados a diferentes áreas, como:
1) Propicie, desenvolvido no IFSC para intercâmbio de estudantes de cursos técnicos e superiores para trabalho em projetos de diferentes áreas do conhecimento;
2) Elecon, trata da eficiência energética e redes elétricas inteligentes. Envolve, além do Brasil, pesquisadores de Portugal, França e Alemanha;
3) GMOSensor, abordagem sobre biosensores para monitoramento de organismos geneticamente modificamos (alimentos), com pesquisadores do Brasil, Argentina, Portugal, Espanha e França;
4) LaPassion, envolve pesquisadores do ensino superior ou acima de pelo menos três áreas, três instituições de ensino e dois países diferentes. Tem projetos diversificados, como alguns que abordam as condições de vida de crianças ou idosos, outros sobre ambiente e sustentabilidade, ainda tecnologias assistivas, entre outros. Foi definido que em 2020 serão realizadas três edições no Brasil, no Amazonas, em Goiás e no Rio Grande do Sul;
5) Horizon 2020 e Erasmus+, principais programas europeus de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e de mobilidade do ensino superior, respectivamente. Entre 2021 e 2027 devem receber incremento de 25%, passando para R$ 100 bilhões em investimento. Nestes, há possibilidade de parceria com o Brasil em algumas ações, como na “Capacity Building”, que abre chamadas em outubro e fevereiro, no site oficial dos projetos.
Os parceiros atuais do programa são o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e os Institutos Federais do Amazonas (Ifam), do Maranhão (IFMA), de Goiás (IFG), do Triângulo Mineiro (IFTM) e Sul-rio-grandense (IFSul).
Por Rafaela Menin | Jornalista do IFSC e
Bárbara Bomfim | Assessoria de Comunicação Conif