Participantes da Reditec 2019 conhecem história do centro da…
Para finalizar a 43ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec 2019), os participantes tiveram a oportunidade de realizar visitas técnicas na cidade-sede do evento, Florianópolis.
Foi possível inscrever-se em seis opções, para conhecer o projeto “Cães Guia”, no Câmpus Camboriú do Instituto Federal Catarinense (IFC); visitar a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, em Florianópolis; realizar uma visita técnica ao Câmpus Palhoça Bilíngue ou ao Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), ou à Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), ou ainda participar de um tour guiado ao centro histórico da capital catarinense.
Acompanhados pelo guia Rodrigo Stüpp, conhecido como “Guia Manezinho”, os participantes da Reditec 2019 que optaram por esta última visita, puderam caminhar pelas principais quadras no centro da capital e conhecer tanto as histórias oficiais quanto as lendas que circundam a Ilha da Magia. “É uma forma de criar pertencimento e orgulho para preservar melhor a história”, frisou o guia.
A visita iniciou na Catedral Metropolitana de Florianópolis e, em seguida, passou por ruas próximas onde ainda é possível observar a arquitetura das moradias luso-brasileiras, nas quais se destacam portas grandes e poucas ou nenhuma janela. São espaços, em sua maioria de dois andares, que concentram o comércio da família na parte inferior e a residência na parte superior.
O tour guiado passou também pela Praça XV de Novembro, também chamada de Praça XV ou Praça da Figueira, por abrigar uma figueira com cerca de 150 anos de idade. Neste espaço, os participantes sentaram ao redor da árvore centenária e puderam ouvir sons e lendas que envolvem o local. “Temos aqui uma espécie nativa, que foi trazida com cerca de 20 anos de idade para cá, hoje tem cerca de 150 anos, e pode viver mais de 400 anos”, contou Rodrigo.
As pessoas mais antigas contam que a figueira é um símbolo de boa sorte e que não é por acaso que ela foi plantada no centro da principal praça da cidade. “Conta-se que os homens e mulheres saíam de suas casas, aos domingos, com suas melhores roupas, e flertavam ao redor da figueira. Por isso, muitas pessoas acreditam que quem der uma ou mais voltas ao redor da figueira vai atrair boa sorte no amor, entre outras superstições”, lembra o guia.
Depois de sair da praça, a visita ainda passou por três espaços que valorizam a história de personagens locais: Victor Meirelles, Cruz e Sousa e Antonieta de Barros. O guia começou mostrando e refletindo com os participantes as imagens de ruas e edifícios do centro, retratadas pelo pintor e professor catarinense Victor Meirelles (1832-1903). Fez questão de comparar as pinturas do final do século XIX e início do século XX com a atual paisagem urbana.
O guia também levou os visitantes às ruas próximas para mostrar painéis com cerca de 30 metros de altura, inaugurados nos últimos meses, para homenagear os outros dois catarinenses. Um deles está na lateral de um prédio ao lado do Palácio Cruz e Sousa. É uma imagem do poeta, escritor e professor negro, que nasceu e enfrentou, por meio de textos críticos, a sociedade da capital catarinense, de 1861 a 1898.
Ao caminhar mais algumas quadras, o guia ainda mostrou uma segunda imagem, pintada na lateral de um edifício da rua Tenente Silveira, para homenagear a jornalista, professora e a primeira negra brasileira a ser eleita deputada, a catarinense Antonieta de Barros (1901-1952). Lutou principalmente pelas mulheres e pela educação e deixou uma mensagem, retratada no painel com sua imagem: “Não basta existir. É preciso encher a vida do colorido do bem”.
Por Rafaela Menin | Jornalista